quinta-feira, 25 de junho de 2015

Ilha cheia de vulcões



Adolescência é mesmo um momento bem marcante, literalmente. É uma fase que revela uma diversidade de marcas, marcas de amores, de aborrecimentos, de hormônios (sim, de hormônios), pelo menos foi o que a minha filha disse quando se referia a seu rosto: "Mainha, meu rosto parece uma ilha cheia de vulcões". Ela disse isso se referindo às inúmeras espinhas que insistem em marcar seu belo rosto.


Fiquei refletindo sobre essa afirmativa e percebi que realmente a comparação procedia. Vocês já pararam para visualizar uma ilha cheia de vulcões? Eu ainda não havia pensado nisso, muito menos visualizado. Agora, depois de ouvir essa tão interessante analogia, parei para refletir: ilha, vulcão!!! É verdade, a analogia foi bem pertinente, tendo em vista que se pensarmos na ilha com mais reflexão, perceberemos que a mesma tem características bem parecidas com a de um rosto, vejamos.


Nosso rosto é uma espécie de lugarejo pequeno, assim como uma ilha, onde, aparentemente, visualizamos as pessoas, porém, ele esconde inúmeros mistérios. Por meio do rosto vemos as pessoas, mas não a essência das pessoas, vemos o que queremos ver, mas não o que realmente as pessoas são. E quando se trata de um rosto de adolescente, então, nem se fala, são rostos bem misteriosos mesmo.


Os vulcões que minha filha se referia são as espinhas, essas danadinhas que estão sempre aparecendo e assim como os vulcões são bem difíceis de combater. Estão sempre em erupção e, sinceramente, essa erupção é bem complicada.


Estou agora refletindo sobre as erupções de um vulcão. Pensem comigo. O que acontece quando um vulcão está em erupção? Ele expele um líquido bem quente, não é? Um líquido capaz de fazer grandes estragos. No caso das espinhas, elas também expelem líquidos que causam alguns estragos. Estragos físicos e emocionais. Os adolescentes olham para os rostos cheios de espinhas e ficam furiosos, não é? São os estragos emocionais e que refletem nas pessoas que estão à sua volta, daí os conflitos, as angústias, os estresses, etc, etc, etc.


Os estragos físicos são aqueles rostos cheios de manchas, de vermelhidão, de sinais de inflamação e que acabam levando a outros estragos, os estragos financeiros. Sim os financeiros, afinal, tratar de problemas dermatológicos é muito caro, não é? Daí vem outros problemas: relacionamento entre adolescentes e pais de adolescentes, estes angustiados por gastarem com produtos que nunca trazem resultados positivos definidos; aqueles por não entenderem que isso é só uma fase, e que vai passar, por isso, precisam ser mais compreensivos.


Realmente, como diz um dos meus irmãos: “O ser humano é muito complicado”! E assim vamos levando a vida, tentando tratar os vulcões de nossa existência, afinal, se não cuidarmos deles, eles entrarão em erupção. Façamos como o pequeno príncipe, cuidemos dos vulcões!