segunda-feira, 12 de outubro de 2015

DIÁRIOS DE LEITURAS 
dos alunos dos  
6os anos da Escola Municipal Professor Waldson Pinheiro

É muito  gratificante ver meus alunos produzindo textos e, mais ainda, vê-los progredindo na escrita. Vocês estão de parabéns, meus pimpolhos, queridos!!!

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Ilha cheia de vulcões



Adolescência é mesmo um momento bem marcante, literalmente. É uma fase que revela uma diversidade de marcas, marcas de amores, de aborrecimentos, de hormônios (sim, de hormônios), pelo menos foi o que a minha filha disse quando se referia a seu rosto: "Mainha, meu rosto parece uma ilha cheia de vulcões". Ela disse isso se referindo às inúmeras espinhas que insistem em marcar seu belo rosto.


Fiquei refletindo sobre essa afirmativa e percebi que realmente a comparação procedia. Vocês já pararam para visualizar uma ilha cheia de vulcões? Eu ainda não havia pensado nisso, muito menos visualizado. Agora, depois de ouvir essa tão interessante analogia, parei para refletir: ilha, vulcão!!! É verdade, a analogia foi bem pertinente, tendo em vista que se pensarmos na ilha com mais reflexão, perceberemos que a mesma tem características bem parecidas com a de um rosto, vejamos.


Nosso rosto é uma espécie de lugarejo pequeno, assim como uma ilha, onde, aparentemente, visualizamos as pessoas, porém, ele esconde inúmeros mistérios. Por meio do rosto vemos as pessoas, mas não a essência das pessoas, vemos o que queremos ver, mas não o que realmente as pessoas são. E quando se trata de um rosto de adolescente, então, nem se fala, são rostos bem misteriosos mesmo.


Os vulcões que minha filha se referia são as espinhas, essas danadinhas que estão sempre aparecendo e assim como os vulcões são bem difíceis de combater. Estão sempre em erupção e, sinceramente, essa erupção é bem complicada.


Estou agora refletindo sobre as erupções de um vulcão. Pensem comigo. O que acontece quando um vulcão está em erupção? Ele expele um líquido bem quente, não é? Um líquido capaz de fazer grandes estragos. No caso das espinhas, elas também expelem líquidos que causam alguns estragos. Estragos físicos e emocionais. Os adolescentes olham para os rostos cheios de espinhas e ficam furiosos, não é? São os estragos emocionais e que refletem nas pessoas que estão à sua volta, daí os conflitos, as angústias, os estresses, etc, etc, etc.


Os estragos físicos são aqueles rostos cheios de manchas, de vermelhidão, de sinais de inflamação e que acabam levando a outros estragos, os estragos financeiros. Sim os financeiros, afinal, tratar de problemas dermatológicos é muito caro, não é? Daí vem outros problemas: relacionamento entre adolescentes e pais de adolescentes, estes angustiados por gastarem com produtos que nunca trazem resultados positivos definidos; aqueles por não entenderem que isso é só uma fase, e que vai passar, por isso, precisam ser mais compreensivos.


Realmente, como diz um dos meus irmãos: “O ser humano é muito complicado”! E assim vamos levando a vida, tentando tratar os vulcões de nossa existência, afinal, se não cuidarmos deles, eles entrarão em erupção. Façamos como o pequeno príncipe, cuidemos dos vulcões!

sábado, 30 de maio de 2015

ENEM 2015

ATENÇÃO ALUNOS DA 3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO DO ADELINO DANTAS!!!




As inscrições do ENEM 2015 já começaram. Para se inscrever, clique aqui.


DESEJO SUCESO A TODOS(AS)!!!

terça-feira, 28 de abril de 2015

Reflexão


 "Ser mãe é padecer no paraíso". Nossa, pensei que eu realmente já sabia o verdadeiro significado desse ditado. Mas não. Hoje, sendo mãe de adolescente, é que percebo na essência o que significa o "ser mãe é padecer no paraíso".
É que agora, somente agora, compreendo a dificuldade de relacionamento entre mãe e filha. Justamente porque só agora é que estou participando dessa peça. E, sinceramente, está tão difícil conviver com essa nova realidade!
É que quando eu era adolescente, que também vivenciei essa experiência, a de achar que estou no comando das coisas, eu estava no papel principal, o da protagonista, e essa fase foi realmente muito bacana, marcante, cheia de novidades, de descobertas e que proporcionou-me momentos de controle diante da (falsa) realidade em que eu vivia.
Hoje, estou no papel de coadjuvante, participando dessas vivências, mas de forma quase "passiva", pois não tenho mais o controle de tudo.
Vejo, vivencio, aprecio, me angustio, me decepciono, embora me sinta muitas vezes gratificada pela situação de mãe, pois também há momentos de muita magia, descobertas, alegrias e orgulhos, mas tudo isso se passa diante de mim sem que eu tenha as rédeas da situação. 
Não sei exatamente se as atitudes que preciso tomar estão adequadas, coerentes, coisa de mãe aflita querendo controlar tudo. Mas sei que tento, a todo custo, descobrir as armadilhas da vida e tento manobrar a situação (im) posta a mim.
O fato é que estou tentando, sem medo de ser feliz, consertar os erros, refletir sobre os equívocos e buscar alternativas de aproximação para conseguir o que eu quero: ter ao meu lado e sempre confiante a minha tão linda bebê/adolescente.
Se estou conseguindo? Às vezes sim, outras não, mas é assim mesmo que se realiza o percurso da vida: seguindo em frente e superando os desafios!
Acredito, com toda a minha confiança, que conseguirei alcançar meus objetivos, pois os valores morais, religiosos, éticos, entre outros, foram trabalhados em minha filha e, com toda a certeza que tenho, por experiência própria, isso vai falar mais alto, pode apostar. 
Te amo, bebê de mainha!

segunda-feira, 13 de abril de 2015




Incertezas da vida

Sinto-me como uma flor prestes a  brotar
sem se dar conta da profundeza da vida.

Sinto-me como um pássaro em busca do controle de suas asas
nas primeiras tentativas à procura da liberdade.

Sinto-me como a aurora que ainda não sabe como sair,
pois não tem a certeza de que vai ser contemplada.

Sinto-me como uma borboleta saindo pela primeira vez de seu casulo,
pensando ela que já está preparada para enfrentar a vida.

Sinto-me como um criança que não descobriu ainda as mazelas da vida adulta.

Como uma brisa que toca levemente a pele humana,
achando que encontrará nela o prazer da suavidade.

Sinto-me como uma inocente formiga que vai em busca de comida,
sem se dar conta dos perigos do caminho.

Sinto-me como um livro acabado de ser lançado,
ansioso por ser lido e contemplado em sua essência.

Embora não seja mais assim tão jovem, tão inocente,
ainda sinto-me, também, como uma noite perdida,
que não sabe sequer o que oferecer ao mundo o que tem de melhor.

Embora apresente os traços físicos da velhice,
sinto-me perdida diante de alguns novos desafios,
que insistem em tirar de mim o amadurecimento da vida.

quinta-feira, 19 de março de 2015


 
Em homenagem a São José, compartilho este texto de Cecília Meireles, autora com a qual me identifico muito e aprecio cada poesia criada por ela. Que este ano São José possibilite aos agricultores um ano abençoado de chuvas!

Chuva com Lembranças
Cecília Meireles


COMEÇAM a cair uns pingos de chuva. Tão leves e raros que nem as borboletas ainda perceberam, e continuam a pousar, às tontas, de jasmim em jasmim. As pedras estão muito quentes, e cada gôta que cai logo se evapora. Os meninos olham para o céu cinzento, estendem a mão — e vão tratar de outra coisa. (Como desejariam pular em poças dágua! — Mas a chuva não vem...)

Nas terras sêcas, tanta gente, a esta hora, estará procurando também no céu um sinal de chuva! E, nas terras inundadas, quanta gente a suspirar por um raio de sol!

Penso em chuvas de outrora: chuvas matinais, que molham cabelos soltos, que despencam as flôres das cêrcas, entram pelos cadernos escolares e vão apagar a caprichosa caligrafia dos exercícios.

Chuvas de viagens: tempestades na Mantiqueira, quando nem os ponteiros dos pára-brisas dão vencimento à água; quando apenas se avista, recortada na noite, a paisagem súbita e fosfórea mostrada pelos relâmpagos. Catadupas despenhando sôbre Veneza, misturando o céu e os canais numa água única, e transformando o Palácio dos Doges num imenso barco mágico, onde se movem, pelos tetos e paredes, os deuses do paganismo e os santos cristãos. Chuva da Galiléia, salpicando as ruas pobres de Nazaré, regando os campos virentes, toldando o lago de Tiberíades coberto ainda pelo eterno olhar dos Apóstolos. Chuva pontual sôbre os belos campos semeados da França, e na fluida paisagem belga, por onde imensos cavalos sacodem, com displicente orgulho, a dourada crina...

Chuvas antigas, nesta cidade nossa, de perpétuas enchentes: a de 1811, que, com o desabamento de uma parte do morro do Castelo, soterrou várias pessoas, arrastou pontes, destruiu caminhos e causou tal pânico que durante sete dias as igrejas e capelas estiveram abertas, acesas, com os sacerdotes e o povo a implorarem a misericórdia divina. Uma, de 1864, que Vieira Fazenda descreve minuciosamente, com árvores arrancadas, janelas partidas, telhados pelos ares, desastres no mar e “vinte mil Lampiões da iluminação pública completamente inutilizados”.

Chuvas modernas, sem trovoada, sem igrejas em prece, mas com as ruas igualmente transformadas em rios, os barracos a escorregarem pelos morros, barreiras, pedras, telheiros a soterrarem pobre gente. Chuvas que interrompem estradas, estragam lavouras, deixam na miséria aquêles justamente que desejariam a boa rega do céu para a fecundidade de seus campos.

Por enquanto, caem apenas algumas gôtas daqui e dali. Nem as borboletas ainda percebem. Os meninos esperam em vão pelas poças dágua onde pulariam contentes. Tudo é apenas calor e céu cinzento, um céu de pedra onde os sábios e avisados tantas coisas liam outrora:

"São Jerônimo, Santa Bárbara Virgem,

lá no céu está escrito, entre a cruz e a água benta:

Livrai-nos, Senhor, desta tormenta!””

Texto extraído do livro “Quadrante 2 - 4ª Edição (com Biografias)”, Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1963, págs. 48 e 49.
 

terça-feira, 17 de março de 2015

POESIA

 PODERGANANCIALIDADE


Que sociedade é essa?

Paira pelo ar cheiro de ganância
E evidência de ânsia pelo poder.

Tudo para manter status!

Que sociedade é essa?
Que tem fome de poder ,
Desejo de estar à frente de tudo e de todos,
Ânsia de estar acima de qualquer outro
Tudo em busca de posição e prazer de ambição.

Não sei até onde vai ser possível
Essa sociedade medíocre
Achar que está acima do bem e do mal
Que para conseguir manter certo "status"
Pensa que é um ser superior e maioral.

E agora, educação?
O sonho acabou,
A inteligência dissipou,
O conhecimento sumiu,
O ser humano murchou,
E agora, educação?

Não, não acredito nessa incompetência.
A educação é grandiosa,
o sonho não morre, não acaba
A inteligência é autossuficiente,
O ser humano é autônomo e persistente,
A sociedade é passível de mudanças.

Acredito na vida,
Acredito no amor,
Acredito que o mundo
Ainda agirá a seu favor,
Pois aqueles que sonham
Continuam a lutar
Por uma humanidade sem dor.
 
                                                 Liédja Lira.