terça-feira, 28 de abril de 2015

Reflexão


 "Ser mãe é padecer no paraíso". Nossa, pensei que eu realmente já sabia o verdadeiro significado desse ditado. Mas não. Hoje, sendo mãe de adolescente, é que percebo na essência o que significa o "ser mãe é padecer no paraíso".
É que agora, somente agora, compreendo a dificuldade de relacionamento entre mãe e filha. Justamente porque só agora é que estou participando dessa peça. E, sinceramente, está tão difícil conviver com essa nova realidade!
É que quando eu era adolescente, que também vivenciei essa experiência, a de achar que estou no comando das coisas, eu estava no papel principal, o da protagonista, e essa fase foi realmente muito bacana, marcante, cheia de novidades, de descobertas e que proporcionou-me momentos de controle diante da (falsa) realidade em que eu vivia.
Hoje, estou no papel de coadjuvante, participando dessas vivências, mas de forma quase "passiva", pois não tenho mais o controle de tudo.
Vejo, vivencio, aprecio, me angustio, me decepciono, embora me sinta muitas vezes gratificada pela situação de mãe, pois também há momentos de muita magia, descobertas, alegrias e orgulhos, mas tudo isso se passa diante de mim sem que eu tenha as rédeas da situação. 
Não sei exatamente se as atitudes que preciso tomar estão adequadas, coerentes, coisa de mãe aflita querendo controlar tudo. Mas sei que tento, a todo custo, descobrir as armadilhas da vida e tento manobrar a situação (im) posta a mim.
O fato é que estou tentando, sem medo de ser feliz, consertar os erros, refletir sobre os equívocos e buscar alternativas de aproximação para conseguir o que eu quero: ter ao meu lado e sempre confiante a minha tão linda bebê/adolescente.
Se estou conseguindo? Às vezes sim, outras não, mas é assim mesmo que se realiza o percurso da vida: seguindo em frente e superando os desafios!
Acredito, com toda a minha confiança, que conseguirei alcançar meus objetivos, pois os valores morais, religiosos, éticos, entre outros, foram trabalhados em minha filha e, com toda a certeza que tenho, por experiência própria, isso vai falar mais alto, pode apostar. 
Te amo, bebê de mainha!

segunda-feira, 13 de abril de 2015




Incertezas da vida

Sinto-me como uma flor prestes a  brotar
sem se dar conta da profundeza da vida.

Sinto-me como um pássaro em busca do controle de suas asas
nas primeiras tentativas à procura da liberdade.

Sinto-me como a aurora que ainda não sabe como sair,
pois não tem a certeza de que vai ser contemplada.

Sinto-me como uma borboleta saindo pela primeira vez de seu casulo,
pensando ela que já está preparada para enfrentar a vida.

Sinto-me como um criança que não descobriu ainda as mazelas da vida adulta.

Como uma brisa que toca levemente a pele humana,
achando que encontrará nela o prazer da suavidade.

Sinto-me como uma inocente formiga que vai em busca de comida,
sem se dar conta dos perigos do caminho.

Sinto-me como um livro acabado de ser lançado,
ansioso por ser lido e contemplado em sua essência.

Embora não seja mais assim tão jovem, tão inocente,
ainda sinto-me, também, como uma noite perdida,
que não sabe sequer o que oferecer ao mundo o que tem de melhor.

Embora apresente os traços físicos da velhice,
sinto-me perdida diante de alguns novos desafios,
que insistem em tirar de mim o amadurecimento da vida.