Incertezas da vida
Sinto-me como uma flor prestes a brotar
sem se dar conta da profundeza da vida.
Sinto-me como um pássaro em busca do controle de suas asas
nas primeiras tentativas à procura da liberdade.
Sinto-me como a aurora que ainda não sabe como sair,
pois não tem a certeza de que vai ser contemplada.
Sinto-me como uma borboleta saindo pela primeira vez de seu casulo,
pensando ela que já está preparada para enfrentar a vida.
Sinto-me como um criança que não descobriu ainda as mazelas da vida adulta.
Como uma brisa que toca levemente a pele humana,
achando que encontrará nela o prazer da suavidade.
Sinto-me como uma inocente formiga que vai em busca de comida,
sem se dar conta dos perigos do caminho.
Sinto-me como um livro acabado de ser lançado,
ansioso por ser lido e contemplado em sua essência.
Embora não seja mais assim tão jovem, tão inocente,
ainda sinto-me, também, como uma noite perdida,
que não sabe sequer o que oferecer ao mundo o que tem de melhor.
Embora apresente os traços físicos da velhice,
sinto-me perdida diante de alguns novos desafios,
que insistem em tirar de mim o amadurecimento da vida.
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