Poesia

Uma das coisas que mais contribuem para que eu continue me orgulhando de ser professora é saber que há muitas pessoas neste país que, com sua brilhante inteligência e capacidade de se expressar, estão sempre demonstrando, e por meio da arte, que podem fazer a sociedade pensar criticamente na situação humilhante em que milhares de pessoas são obrigadas a viver. 

É o caso da poetisa do poema abaixo que, com um toque artístico, produziu esse lindo poema (paródia do poema A rosa de Hiroshima, de Vinícius de Moraes) para nos fazer refletir acerca de determinadas posturas que alguns de nossos governantes vêm adotando em nosso país. PARABÉNS, Vera Liberato! Sua poesia é muito reflexiva. E vamos à luta! Sem medo de ser professor(a).

Paródia: A rosa sem estima

Pensem nas crianças

Mudas segregadas

Pensem nas meninas

Cegas limitadas

Pensem nas mulheres

Rotas alteradas

Pensem nas feridas

Como rosas destroçadas

Mas oh não se esqueçam

Da rosa da rosa

Da rosa sem estima

A rosa hereditária

A rosa depressiva

Imponente e impopular

A rosa desrespeitosa

A antirrosa potiguar

Sem cor sem vigor

Que rosa que nada!

           Vera Liberato

Rosa de Hiroshima

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada 

Vinicius de Moraes

Diário de Leituras

O Diário de Leituras é um gênero didático que tem como objetivo principal formar leitores reflexivos. Nossa intenção, ao adotar esse instrumento de registro de leituras, é desenvolver a prática de produção escrita diária, em sala de aula, a fim de que os(as) alunos(as) possam exercitar a escrita crítica, tendo em vista que o diário possibilita ao aluno se constituir em sujeito falante, produtor de conhecimento.

Tenho desenvolvido esse trabalho com o diário de leituras desde 2010, em turmas de Ensino Médio e, em especial, com turmas de EJA e tenho obtido resultados muito bons no que diz respeito à prática de produção textual escrita. Os(as) alunos(as) de EJA têm mostrado um interesse muito grande por esta atividade, pois, segundo eles(as), esta ferramenta didática tem proporcionado momentos de muita reflexão com a escrita, bem como a possibilidade de melhorar aspectos essenciais da escrita, como: ortografia, pontuação, concordância, entre outros. 

Para mim, este trabalho tem contribuído muito para ampliar a competência escrita desse(as) alunos(as) no que tange à produção escrita enquanto discurso, enquanto ferramenta com a qual os(as) alunos(as) podem se constituir autores de seus textos, entendendo autor como aquele que assume um posicionamento, que, como sujeito, diz algo para deixar evidente que produz conhecimento e, portanto, constrói sentidos a partir de outros sentidos. 

Meus(minhas) alunos(as) estão de parabéns!!! Sinto um imenso orgulho pelo empenho deles(as) nesta tarefa tão essencial que é fazer valer seu direito de cidadão, de sujeito que pertence a uma sociedade, que faz parte dela e que, portanto, pode melhorá-la.

Vejam alguns Diários de Leituras produzidos pelos(as) alunos(as) da EJA III (2), deste ano. Eles fizeram questão de confeccionar as capas dos diários de forma artesanal. Ficaram lindos!!! PARABÉNS EJA III (2).

Professora Liédja Lira.

Josicleide dos Santos

Aline França

Ítala Valcácio

Lidiane Batista

                           

Danyela Silva

Maria José

Suele Bezerra

Maria Eunice

Jakson Antônio

Irani Trajano

A MULHER NA ARTE

Que me desculpem os homens, mas não deu para resistir à publição desse vídeo hoje, mesmo sabendo que  é o Dia Nacional dos homens. Mas acredito que os homens não se sentirão ofendidos pela postagem neste seu dia, afinal de contas, o que seriam deles sem as mulheres? 
Fica, então, o vídeo como presente.

PARABÉNS A TODOS O HOMENS DE BEM!

ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DA ESCRITA

 Alguns conceitos que são extremamente relevantes para uma boa produção textual e que estão na base dos textos aprovados em concursos e vestibulares 

1. COESÃO

             2. COERÊNCIA

                                                                       3. CLAREZA

1. Fenômeno que diz respeito aos modos como os elementos linguísticos presentes na superfície textual se encontram interligados, por meio de recursos também linguísticos, formando sequências veiculadoras de sentido.

2. Deve ser entendida como uma proporiedade ligada diretamente à possibilidade de se estabelecer um sentido para o texto. A coerência não se apresenta explicitamente, ela é construída pelo leitor quando um texto "faz sentido" para ele. A coerência permite o estabelecimento de relações (sintático-pragmaticais, semânticas e pragmáticas) entre os elementos da sequência (morfemas, palavras, expressões, etc.), constituindo uma unidade significativa global. É, então, a coerência que garante a textualidade.

3. Diretamente ligada a fatores textuais como a coesão e a coerência, a clareza depende de diversos fatores. Uma comunicação truncada pode resultar em textos imprecisos, desordenados e incompreensíveis. A falta de clareza advém da desorganização das ideias, que pode se traduzir num texto ambíguo, com apostos desarticulados, frágil progressão de tópicos, acúmulo de informações numa frase, "anacolutos" (começar falando de uma coisa e terminar com outra), falta de paralelismo entre sentenças, redundâncias, entre outros fatores. 

Fonte: Revista Língua, Especial redação 2010.

           BUIN, Edilaine. Aquisição da escrita: coerência e coesão.2. ed. - São Paulo: Contexto, 2003.